segunda-feira, 14 de maio de 2012

Relembrando...

Boa noite!

   Hoje estava procurando algumas fotos para postar aqui no blog e encontrei estas aqui. Foi a minha primeira experiência transmitindo esta técnica maravilhosa que é Shantala para este casal grávido muito querido. Valeu!






Beijos, Josi Campos



domingo, 13 de maio de 2012

Parto Normal

Olá a todos!

   Como proposto no último post, hoje vou continuar a nossa conversa sobre os tipos de parto. Lendo sobre este assunto para postar aqui no blog a autora propõe a seguinte reflexão: É possível classificar partos antes deles acontecerem? Mesmo que sim, é coerente acharmos que partos podem ser classificados? 
 
   A resposta é sim, principalmente em decorrência do nosso sistema obstétrico que ao longo de sua história fragmentou e padronizou o nascimento.
   Já que no nosso sistema, na nossa sociedade houve esta apropriação do nascimento, é muito importante que as mulheres sejam empoderadas a fim de que possam escolher a melhor maneira que desejam parir seus filhos.







Parto Normal

   Com a institucionalização do parto, desde a década de 40, o uso de intervenções, muitas vezes inúteis e desnecessárias, tornou-se cada vez mais frequente.

   Normalmente nos referimos ao parto normal como um parto vaginal, mas que teve algum tipo de intervenção, desejada, ou não, pela mulher, e na maioria das vezes sem explicações e conhecimento da mesma, como por exemplo: episiotomia, rompimento de bolsa, indução e aceleração das contrações com ocitocina, jejum, posição de nascimento em decúbito dorsal, tricotomia (raspagem dos pelos pubianos),  entre outros tipos de intervenções.

   Nestes processos, o que é questionável é uso de procedimentos sem critério, pelos profissionais de saúde, arraigados a estas práticas como rotina e base de protocolos hospitalares. Sem qualquer embasamento científico, até mesmo diante de novas produções científicas que descalificam o uso indiscriminado destas práticas. E principalmente desrespeitando o direito e a autonomia das mulheres. Subtraindo delas  a possibilidade de vivenciarem o parto como um processo fisiológico e fortalecedor de seu protagonismo.


   No link abaixo, por exemplo, é possível pesquisar artigos científicos sobre o uso indiscriminado de episiotomias:

http://scholar.google.com.br/scholar?hl=ptBR&q=episiotomia&btnG=Pesquisar&lr=&as_ylo=&as_vis=0

                                                                      (Foto extraída do site:www.seminaeducativa.com.br)


Beijos, Josi Campos
 
                                                          
quarta-feira, 9 de maio de 2012

Tipos de Parto


Bom dia a todos!

  Hoje proponho, para os próximos dias, falarmos um pouquinho sobre os tipos de parto: natural, normal e cesárea. Para iniciarmos esta conversa, fiz uma introdução que fala sobre o processo de medicalização do nascimento.

MEDICALIZAÇÃO DA GRAVIDEZ E DO PARTO


  O ciclo da gravidez, parto e puerpério sempre foi circundado de muito mistério e reverência em toda a história da humanidade. A quantidade já encontrada de estatuetas da antiguidade, mostrando mulheres grávidas ou parindo, mostra o quanto essas representações eram respeitadas e até idolatradas.

(Estatueta Maia)


                                                             
  As parteiras cuidavam das mulheres nesse período, encarregando-se desde casos simples até os mais complexos. Os médicos eram admitidos apenas em partos difíceis.

  Para que a Obstetrícia se estabelecesse como um ramo legítimo da medicina, foi necessário que a gravidez e o parto, simples ou complicados, fossem considerados como estados patológicos o que prevê a necessidade de intervenções dos obstetras e seus procedimentos cirúrgicos. 

  Como argumento, os médicos alegavam possuir conhecimento especial e habilidade para reduzir a mortalidade materna e neonatal. Porém, há evidências de que a medicalização do parto teria aumentado as taxas de infecção e de agressões para a mãe e o feto, pela falta de assepsia e o mau uso de instrumentos como o fórceps. Estima-se que em 1878 uma mulher inglesa aumentava em seis vezes o risco de morrer se tivesse seu filho no hospital. 

  A noção de que era possível controlar o nascimento começou então a se firmar na consciência popular. Isso não significa que apenas os obstetras tivessem atitudes intervencionistas durante o parto. Há evidências de que algumas parteiras utilizavam práticas como versões (manobras para ajeitar a posição do feto), ruptura de bolsa, uso de ervas para aumentar a dilatação, etc. Portanto, o parto realizado por uma parteira não é necessariamente mais “natural” do que o realizado por um médico.
  
  Com a medicalização do parto ocorreu a redefinição dos processos de gestação e parto, em conformidade com o modelo biomédico, como problemático exigindo, portanto, a presença do médico e sua ativa intervenção como garantia de um bom parto.
 
  O uso rotineiro de várias condutas obstétricas, de exames e aparelhos cada vez mais sofisticados legitimou a robotização da assistência ao ciclo perinatal. Essa tendêcia à tecnologia aponta para uma diminuição do papel central da mulher na gravidez. Os obstetras vêem a mãe e o feto como entidades distintas, até mesmo ‘adversárias’ ignorando que os interesses são comuns. 

  As intervenções médicas na gravidez e no parto são úteis e necessárias nos casos em que o processo foge à normalidade, mas, como quase todas as intervenções  trazem risco para a mãe o bebê. É urgente, portanto, o repensar da aplicação de práticas rotineiras na assistência à gravidez e ao parto que não trazem benefícios e privam a mulher de ter maior controle sobre seus próprios corpos.

Fonte:http://www.redesaude.org.br/portal/home/

  Este vídeo é um trailer do filme "Le Pa Crier".  É um filme muito interessante pois revela como o parto é essencialmente fruto do contexto histórico, social e cultural em que ele se insere. É um documentário que mostra diversos partos em diferentes partes do mundo. Vale muito apenas assisti-lo!

Beijos, Josi Campos



                                                             

sábado, 5 de maio de 2012

Dia Internacional da(o) Obstetriz

5 DE MAIO É O DIA INTERNACIONAL DA OBSTRETIZ!


Parabéns a estes profissionais que propõem um novo modelo de assistência à saúde!  


Obstetrizes e o Curso de Obstetricia da Universidade de São Paulo


    A(o) Obstetriz exerce seu trabalho com foco especial na atenção e  na assistência humanizada às mulheres durante a gestação, parto e pós-parto, bem como no gerenciamneto do cuidado, na educação e na promoção da saúde das mulheres, dos recém-nascidos, das famílias e da comunidade.

  Pode exercer seu trabalho de forma autônoma ou integrado a equipes de saúde em maternidades, centros de parto ou casas de parto, ambulatórios, consultórios, unidades de saúde, domicílios ou em qualquer outro tipo de serviço de saúde público ou privado; assim como trabalhar em instituições de ensino e de pesquisa.

O curso de Obstetrícia da EACH-USP

  O curso de Obstetrícia da USP é um curso de graduação de quatro anos e meio, período integral, que se orienta por um modelo de atenção à saúde que prioriza as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Humanização do Cuidado em Saúde. Obstetrizes formadas(os) pela USP estão capacitada(os) para implementar o modelo de atenção integral à saúde da mulher, em especial nos momentos que envolvem a gestação, o parto e o pós-parto, e os relativos à promoção da saúde sexual e reprodutiva.

A relevância da formação de Obstetrizes

  Em alguns países, o acompanhamento da gestação, parto e pós-parto de baixo risco se faz pelas enfermeiras obstétricas e obstetrizes (conhecidas internacionalmente como midwives), dois modelos de formação com o mesmo nível de competência específica. A presença de midwives na assistência à saúde materna e perinatal produz melhorias significativas, além de contribuir na diminuição da morbi-mortalidade de mães e bebês. Por isso, a Organização Mundial da Saúde preconiza a formação e a inserção de grande número de midwives nos sistemas de saúde, que devem reconhecê-las como representantes de uma profissão regulamentada, reconhecida e altamente necessária.

O Brasil precisa de Obstetrizes

  No Brasil, os índices de cesariana na rede pública de saúde estão em torno de de 45-50% e na rede privada chega a 90% , valores muito superiores aos recomendados pela Organização Mundial da Saúde. Além disso, nosso país apresenta altos índices de mortalidade materna, o que impedirá de alcançar o quinto objetivo de desenvolvimento do milênio.

  Esses são alguns dos fatores que demonstram a precariedade da assistência à saúde da mulher em nosso país. Por este objetivo é fundamental investir na formação de maior número de profissionais devidamente capacitados a auxiliar a melhorar essa situação, entre eles, a (o) obstetriz.

Obstetrizes no Brasil e o amparo da Lei

  A profissão de Obstetriz é regulamentada pela Lei n° 7.498, de 25 de junho de 1986, pelo Decreto n° 94.406/87 e pela Resolução COFEN n° 223/1999.

Competências Gerais da(o) Obstetriz

- Possuir conhecimentos e habilidades requeridas da saúde pública, das ciências sociais e da ética, que constituem a base do cuidado de alta qualidade, culturalmente apropriado para as mulheres no período reprodutivo, bem como para os recém-nascidos e famílias.
- Proporcionar um cuidado pré-natal de alta qualidade, otimizando a saúde da mulher durante a gravidez, o que inclui detecção precoce, tratamento ou encaminhamento de complicações.
- Fornecer acolhimento, promoção da saúde, educação, aconselhamento e assitência à mulher e família durante a gestação, parto e pós-parto.
- Preservar a normalidade do processo de nascimento e a atenção centrada nas necessidades da mulher.
- Proporcionar durante o parto um cuidade de alta qualidade culturalmente sensível.
- Promover assistência direta ao parto normal de baixo risco; conduzir um parto de modo seguro, garantindo a manutenção da saúde das mulheres e dos recém-nascidos.
- Prevenir, detectar e realizar medidas de emergência nas complicações gerais obstétricas e neonatais, até que ocorra a atenção pela equipe multiprofissional.
- Proporcionar cuidado integral de alta qualidade para o recém-nascido e o lactante saudável.
- Fornecer educação para saúde de alta qualidade e culturalmente sensível, e proporcionar serviços para toda a comunidade no intuito de promover os direitos sexuais e reprodutivos, gestações planejadas, maternidade e paternidade positivas e vida familiar saudável.

Competências específicas da(o) Obstetriz:

- Promover a atenção integral à saúde das mulheres, especialmente no contexto da família e da comunidade.
- Promover assistência direta no pronto atendimento obstétrico, no parto e nascimento, o que inclui o cuidado durante o acompanhamento do trabalho de parto, a realização do parto normal, a assistência no pós-parto, a identificação de intercorrências e tomada de todas as providências necessárias, a execução da assistência obstétrica e neonatal nas situações de emergência, entre outros.

(Fonte: folder do curso de Obstetrícia EACH/USP)


quinta-feira, 3 de maio de 2012

"Parto Humanizado"

Bom dia a todos!

  Nesta minha trajetória no universo da maternidade ativa, tenho observado muito as pessoas utilizando a expressão "parto humanizado". É claro que sou a favor desta experiência, e acredito que "humanizar" um evento tão simbólico e importante como o nascimento é o passo inicial e crucial para construirmos relações mais humanas de um modo geral: no trânsito, no ônibus, no metrô (ás 7:00 da manhã principalmente, rsrsrs), com todos os seres vivos, etc. É só olharmos com atenção o mundo ao nosso redor para concluirmos o quanto o nosso mundo precisa se humanizar.
  Porém, é preciso muito cuidado para que o ativismo pelo parto humanizado, e me incluo neste grupo, não se torne exclusivo, taxativo, prepotente e elitista.
  Ninguém é dono absoluto da verdade. Não podemos dizer que isso ou aquilo é absolutamente certo ou errado.
  Ao contrário do que observamos na maioria das práticas biomédicas, nossa proposta é oferecer uma assistência acolhedora que venha somar ao modelo vigente. É por meio de nossas práticas, idéias, estudos científicos que mostraremos que é possível fazer diferente. Ou melhor, é preciso. E humanizar não somente o parto, mas todas as relações em saúde.

Fica a proposta para reflexão... aguardo as contribuções e opiniões!

Beijos, Josi Campos