quarta-feira, 9 de maio de 2012

Tipos de Parto


Bom dia a todos!

  Hoje proponho, para os próximos dias, falarmos um pouquinho sobre os tipos de parto: natural, normal e cesárea. Para iniciarmos esta conversa, fiz uma introdução que fala sobre o processo de medicalização do nascimento.

MEDICALIZAÇÃO DA GRAVIDEZ E DO PARTO


  O ciclo da gravidez, parto e puerpério sempre foi circundado de muito mistério e reverência em toda a história da humanidade. A quantidade já encontrada de estatuetas da antiguidade, mostrando mulheres grávidas ou parindo, mostra o quanto essas representações eram respeitadas e até idolatradas.

(Estatueta Maia)


                                                             
  As parteiras cuidavam das mulheres nesse período, encarregando-se desde casos simples até os mais complexos. Os médicos eram admitidos apenas em partos difíceis.

  Para que a Obstetrícia se estabelecesse como um ramo legítimo da medicina, foi necessário que a gravidez e o parto, simples ou complicados, fossem considerados como estados patológicos o que prevê a necessidade de intervenções dos obstetras e seus procedimentos cirúrgicos. 

  Como argumento, os médicos alegavam possuir conhecimento especial e habilidade para reduzir a mortalidade materna e neonatal. Porém, há evidências de que a medicalização do parto teria aumentado as taxas de infecção e de agressões para a mãe e o feto, pela falta de assepsia e o mau uso de instrumentos como o fórceps. Estima-se que em 1878 uma mulher inglesa aumentava em seis vezes o risco de morrer se tivesse seu filho no hospital. 

  A noção de que era possível controlar o nascimento começou então a se firmar na consciência popular. Isso não significa que apenas os obstetras tivessem atitudes intervencionistas durante o parto. Há evidências de que algumas parteiras utilizavam práticas como versões (manobras para ajeitar a posição do feto), ruptura de bolsa, uso de ervas para aumentar a dilatação, etc. Portanto, o parto realizado por uma parteira não é necessariamente mais “natural” do que o realizado por um médico.
  
  Com a medicalização do parto ocorreu a redefinição dos processos de gestação e parto, em conformidade com o modelo biomédico, como problemático exigindo, portanto, a presença do médico e sua ativa intervenção como garantia de um bom parto.
 
  O uso rotineiro de várias condutas obstétricas, de exames e aparelhos cada vez mais sofisticados legitimou a robotização da assistência ao ciclo perinatal. Essa tendêcia à tecnologia aponta para uma diminuição do papel central da mulher na gravidez. Os obstetras vêem a mãe e o feto como entidades distintas, até mesmo ‘adversárias’ ignorando que os interesses são comuns. 

  As intervenções médicas na gravidez e no parto são úteis e necessárias nos casos em que o processo foge à normalidade, mas, como quase todas as intervenções  trazem risco para a mãe o bebê. É urgente, portanto, o repensar da aplicação de práticas rotineiras na assistência à gravidez e ao parto que não trazem benefícios e privam a mulher de ter maior controle sobre seus próprios corpos.

Fonte:http://www.redesaude.org.br/portal/home/

  Este vídeo é um trailer do filme "Le Pa Crier".  É um filme muito interessante pois revela como o parto é essencialmente fruto do contexto histórico, social e cultural em que ele se insere. É um documentário que mostra diversos partos em diferentes partes do mundo. Vale muito apenas assisti-lo!

Beijos, Josi Campos



                                                             

0 comentários: